As pessoas passam grande parte de suas vidas dedicadas ao trabalho. De acordo com uma pesquisa realizada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 40 países analisados, cerca de 11% das pessoas trabalham 50 horas ou mais por semana. No Brasil, a média de horas semanais dedicadas às atividades profissionais é de aproximadamente 39,5 horas, ou seja, os brasileiros trabalham, em média, 7,9 horas por dia. Esses indicadores reforçam a necessidade de investigar os contextos de trabalho e suas repercussões no comportamento e bem-estar dos profissionais.
O Impacto do Trabalho no Bem-Estar dos Colaboradores
A intensa dedicação ao trabalho torna essencial compreender como as demandas e recursos do ambiente corporativo são gerenciados. O trabalho pode impactar diretamente a saúde mental dos colaboradores, proporcionando experiências que podem levar ao estresse, burnout e queda no engajamento (Azevedo Castro et al., 2020). Estudos apontam que as demandas laborais envolvem fatores psicológicos, sociais, cognitivos e emocionais (Bakker et al., 2014; Gillet et al., 2021).
No entanto, o ambiente de trabalho também pode oferecer condições para minimizar esses impactos, por meio do que chamamos de recursos do trabalho. Esses recursos incluem fatores físicos, psicológicos e sociais que ajudam a promover o bem-estar, aumentar o engajamento e melhorar o desempenho dos colaboradores em seus ambientes laborais (Demerouti & Bakker, 2011).
O Modelo de Demandas e Recursos no Trabalho (JD-R)
O modelo de Demandas e Recursos do Trabalho (JD-R) indica que o desequilíbrio entre altas demandas e poucos recursos está associado ao aumento do estresse ocupacional e doenças relacionadas ao trabalho (Bakker & de Vries, 2021; Demerouti & Bakker, 2011; Shin et al., 2020). Esse modelo é aplicável a diversas áreas profissionais, pois considera os recursos no trabalho como necessários para manter a saúde mental e a produtividade.
Quando os colaboradores têm acesso a recursos no trabalho, conseguem minimizar o impacto das demandas e reduzir o estresse, resultando em maior engajamento e melhor desempenho no trabalho (Demerouti & Bakker, 2011). Funcionários engajados sentem mais energia, dedicação e satisfação com suas atividades profissionais (Lichtenthaler & Fischbach, 2019).
Liderança Transformacional e o Engajamento no Trabalho
O comportamento dos líderes também desempenha um papel fundamental no engajamento dos colaboradores. A liderança orientada para a mudança pode estimular o envolvimento dos profissionais e facilitar processos de transição organizacional (Nelson-Brantley & Ford, 2017). Durante as mudanças, os líderes precisam oferecer suporte organizacional, fortalecer o relacionamento entre colaboradores e promover o aprendizado contínuo.
Estudos indicam que a liderança transformacional tem um impacto positivo na satisfação no trabalho e no comprometimento organizacional (Judge & Piccolo, 2004; Rahmawati & Tobing, 2019). Líderes que incentivam a criatividade, a reinvenção e a autonomia no trabalho contribuem significativamente para o bem-estar e para o desenvolvimento dos colaboradores (Mazzetti et al., 2023; Zahari & Kaliannan, 2023).
O Papel dos Recursos na Redução do Estresse e no Aumento do Engajamento
Os recursos no trabalho desempenham um papel essencial na redução do impacto das demandas profissionais, tanto do ponto de vista psicológico quanto fisiológico (Mazzetti et al., 2023). Além disso, também promovem o crescimento, o aprendizado e o desenvolvimento dos colaboradores (Demerouti & Bakker, 2011; Leite et al., 2014; Lichtenthaler & Fischbach, 2019; Shin & Hur, 2019).
Ao investir em um ambiente de trabalho equilibrado e em uma liderança que valoriza o desenvolvimento humano, as empresas conseguem aumentar o engajamento e a satisfação dos colaboradores, reduzindo o turnover e aumentando a produtividade.
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